Era final de tarde, todos corriam para algum lugar. Não sei por que tanta pressa, como se o tempo fosse inimigo. No caminho achei folhas secas, não resisti e comecei a pisá-las. Som de infância me invadiu a memória, e recordo quantas vezes eu havia feito isto e agora esta vontade me veio. Poderia enlouquecer neste momento. Mas não, das sobras que me restam faço flores. Sinto o perfume em meio ao caos. Ás vezes, muitas vezes, penso nos devaneios que me entorpecem a alma, mas a tranqüilidade faz passar e logo, quando nem percebo, o vento leva meus pavores. Mas como reagir a este mundo louco que corre atrás do tempo. Da fina linha tênue entre o passado e o futuro, prefiro o agora. Porquê? Porque gosto de pisar nas folhas secas que encontro no caminho, porque é tão bom perceber aquele sorriso escondido no cantinho dos olhos, porque gosto de sentir a chuva, porque... gosto de fazer dançar a alma... porque quero aquele abraço escandalosamente tímido...
Adriana Carminati.
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